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Crítica: Hidden (2015)

31 jan

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Hidden é mais um daqueles casos de filmes de pouca popularidade, mas que nos surpreendem da melhor maneira. Estava eu aqui em casa em mais um sábado à noite, sozinho, então resolvi apostar num cineminha para me divertir. Alguns gostam de séries e não saem da Netflix, já eu não perco a oportunidade de assistir a alguma produção cinematográfica.

Com um orçamento modesto e um elenco bem afiado, Hidden, ainda sem título em português, entra na mesma categoria de outros longas do gênero lançados em 2015, como Apocalipse (Extinction) e The Hallow. A produção da dupla The Duffer Brothers (Matt Duffer e Ross Duffer) faz a sua aposta em cima de um roteiro voltado para uma trama mais intimista, porém de grande efeito.

O longa acompanha o drama vivido pelo pai de família Ray (Alexander Skarsgard), sua esposa Claire (Andrea Riseborough) e sua filha Zoe (Emily Alyn Lind), que tentam sobreviver dentro de um abrigo, após a cidade onde moravam ter sido atacada por seres misteriosos. Esses seres chamados de “Os Respiradores”, aparentemente dizimaram toda a humanidade, deixando um rastro de caos e destruição.

A película apresenta um clima totalmente pós-apocalíptico, tudo que já estamos acostumados a ver em filmes de zumbis e outros do gênero. No entanto, o seu grande efeito segue a partir de uma direção completamente precisa, que nos leva a interagir de fato com todo o elenco. Os irmãos Duffer constroem uma relação de expectativa com direito a bastante suspense através de diálogos bem encaixados em um ambiente totalmente claustrofóbico.

O que a princípio poderia indicar uma sensação de cansaço devido a trama se passar quase que inteiramente dentro de um único ambiente, é superada pelas excelentes atuações de Skarsgard (o eterno Eric Northman de ‘True Blood’), Andrea Riserborough (Oblivion) e a pequena Emily Alyn Lind (Evocando Espíritos 2). Esta última então chega a roubar a cena em vários momentos. Confesso que fiquei com uma certa raiva da personagem dela durante o filme (oh garotinha inconveniente..rsrs).

O roteiro passa longe de ser inovador, de fato, mas ele consegue trazer bons ganchos e ligá-los para a construção de uma trama bem uniforme. Ele não nos apresenta qualquer brecha para o que viria acontecer posteriormente, sua condução é dada aos poucos, passo a passo. Já o final surge para cumprir e muito bem a missão do longa, nos apresentando uma certa mensagem de conceito moral em meio a grandes revelações. Hidden termina de forma concisa e com a sensação de dever cumprido. Excelente dica.

Trailer:

Crítica: A 5ª Onda (2016)

18 jan

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Entrando para o time das adaptações literárias, A 5ª Onda, filme do diretor J Blakeson (The Disappearance of Alice Creed) chega como uma tradução cinematográfica do best-seller de mesmo nome escrito por Rick Yancey. Já adiantando para vocês, novamente estamos falando de uma trilogia de suspense e ficção científica, assim como Jogos Vorazes e Maze Runner. O segundo livro já foi publicado em 2014 com o título de “The Infinite Sea” e o terceiro sairá ainda esse ano, o “The Last Star”.

A proposta de The 5th Wave (título original) é bastante clara, a de envolver jovens e adolescentes em mais uma trama de romance pós-apocalíptico, já que ficamos órfãos das histórias de Suzanne Collins, além de estarmos vendo Maze Runner e Divergente se encaminhando para sua reta final.

Na trama, o planeta Terra começa a sofrer constantes ataques de uma nave alienígena, que os inicia por etapas, essas etapas são chamadas de “ondas”. A primeira utiliza um pulso eletromagnético para aniquilar toda a eletricidade do planeta. Na segunda, um tsunami gigantesco dizima 40% da população. Já na terceira onda, os pássaros passam a transmitir um tipo de vírus que mata 97% da humanidade, e os que resistiram aos ataques anteriores, começam a ter de lidar com os próprios extraterrestres no meio da população, já que eles adquiriram a capacidade de se hospedar no corpo de qualquer um. Essa foi chamada de a 4ª onda. No meio de todo esse alvoroço acompanhamos a vida de Cassie Sullivan (Chloe Grace Moretz), que junto de seus pais e seu irmão, o pequeno Sam (Zackary Arthur), precisam aprender a lidar com toda aquela situação.

Como falei anteriormente, a proposta de Yancey é trazer à tona mais uma história nos moldes do que já temos visto por aí. No entanto, pelo menos nessa primeira parte, acredito que tudo ficou muito superficial e nada, praticamente nada se aprofunda de forma intensiva para que possamos ter um mínimo de real interesse na trama. A começar pela própria relação entre a personagem de Moretz e o galã Alex Roe. Os dois se relacionam de uma forma muito, mas muito fulgaz, a química entre eles definitivamente não funcionou como o esperado. Além disso, temos de nos deparar com uma série de diálogos pobres e forçados, além de uma certa necessidade do diretor Blankeson de nos impor certos sentimentos e uma consciência moral totalmente desequilibrada. Algumas frases ditas pelos personagens chagavam a soar totalmente ridículas de tão triviais que eram.

Quanto às atuações, Chloe também não esteve em seu melhor momento. A atriz em algumas cenas parecia qualquer uma daquelas atrizes de novela mexicana de tão forçada que estava. Eram tantas caras e bocas sem sentimento algum que você não sabia se ela estava sentindo dor ou chorando pela situação catastrófica em que se encontrava. Alex Roe já esteve um pouco melhor, porém seu personagem não pedia tanto nesse primeiro instante. E quase todo o elenco adolescente da película pareciam recrutas de qualquer seriado Disney. Definitivamente muito inferior a seus concorrentes já citados.

A 5ª Onda possui uma boa fotografia, além de efeitos especiais bem trabalhados. Fora alguns outros furos de roteiro e a forçação de barra em alguns momentos, acredito que a obra ainda pode melhorar em sua segunda parte. Se não tivemos um bom começo, que ao menos tenhamos um final à altura, mesmo que a história não ajude muito.

Trailer:

*Crítica também postada no site Cabana do Leitor

Crítica: Pânico Virtual (2011)

26 dez

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Nada melhor do que passar o dia de Natal fazendo o que realmente a gente gosta, não é? Pensando nisso eu resolvi assistir a alguns filmezinhos de terror. Na verdade, de ontem pra hoje fiz quase que uma maratona mesmo. Estava atrasado com alguns títulos e resolvi pôr em dia. No entanto, no meio disso tudo, descobri um que realmente se mostrou bem interessante e resolvi compartilhar aqui com vocês.

O filme se chama Pânico Virtual (Panic Button), ele foi lançado no ano de 2011. É um longa britânico que chegou até a receber algumas boas críticas na época. No entanto, nunca chegou aos meus ouvidos, ou se chegou, devo ter confundido ele com outros filmes do gênero que tiveram essa mesma tradução para o português. Enfim.

Na história quatro jovens ganham a viagem de suas vidas para Nova York, que recebem de cortesia do site de sua rede social favorita, a “All2gethr.com”. Todos a bordo do jato particular são totalmente desconhecidos um para o outro. No entanto, para poderem fazer parte da coisa, eles são convidados a abrir mão de seus telefones celulares e participarem de um voo de entretenimento, envolvendo uma nova experiência de jogo online. O que eles não sabem é que este não se trata de um jogo comum, e presos a 30 mil pés de altitude, todos são obrigados a participar de uma “brincadeira” que poderá terminar definitivamente com suas vidas.

A trama do diretor e roteirista Chris Crow (Devil’s Bridge) é de fato bem interessante, pois traz à tona toda essa necessidade de “vida pública” e tudo o que uma rede social é capaz de fazer na mente de seu usuário.  Para falar a verdade, nem o título original ou o brasileiro dão conta da dimensão dessa sinopse. Com toda a certeza poderiam ter escolhido um nome muito mais atraente para a película.

Apesar de um início talvez pouco animador (aguente firme e não desista antes!), a trama consegue seu ponto chave quando os 4 personagens da história são enclausurados dentro de um avião com pouquíssimo espaço. A partir dali tudo começa a ganhar vida e o atores surgem como o centro das atenções. Apesar de não ter explorado tanto a vida de cada personagem, Crow soube colocar de maneira precisa tudo o que necessitávamos saber para entender as características de cada um. A ideia do jogo foi ainda mais interessante, pois a partir das respostas, compreendíamos um pouco mais da personalidade de todos os envolvidos.

Como foi lançado em 2011, Pânico Virtual chegou em meio ao crescimento exacerbado do Facebook, rede que provavelmente foi a inspiração para o roteiro. A relação da trama com o mundo de hoje, principalmente aqui no Brasil, onde todo mundo parece estar conectado o tempo inteiro em suas timelines virtuais, é quase que direta. Passamos por temas como bullying, necessidade de reconhecimento, baixa estima, voyeurismo e muitos outros. E tudo isso muito bem acentuado através de um clima de suspense que ia crescendo a cada vez que um personagem tomava a cena a partir de um surto brutal.

Qualquer semelhança com filmes como Jogos Mortais (2004), Breathing Room (2008) e outros do gênero não é mera coincidência. Muita coisa do universo desses longas foram essenciais para a construção do roteiro de Panic Button. Todavia, a violência no filme de Chris Crow, digo as cenas pesadas de mortes envolvendo sangue e outros artifícios não aparecem com tanta evidência. O ponto chave do filme é certamente essa linha tênue entre a realidade e a ficção, além da carga dramática de cada personagem.

Por falar nas interpretações, todos os atores envolvidos mostraram a que veio e abrilhantaram ainda mais a película. Destaque para Michael Jibson (Dave), Scarlett Alice Johnson (Jo) e Jack Gordon (Max). A cada cena que surgia eles aparentavam total controle sobre seus personagens e não titubeavam quando era pedido um pouco mais de cada um. De fato os atores britânicos geralmente rendem muito mais do que os americanos, principalmente em filmes de pouca mídia.

Pânico Virtual de fato me surpreendeu e conseguiu ainda por cima um final nada clichê, apesar de não ter sido assim tão impensável depois que você acompanhou toda a trama. É um filme um pouco antigo, mas com certeza vale uma conferida.

Trailer:

Crítica: Homem Irracional (2015)

30 ago

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Homem Irracional é a nova aposta do cineasta Woody Allen nos cinemas. O longa estrelado por Joaquin Phoenix e Emma Stone, é composto por alguns dos elementos já abordados pelo diretor em trabalhos anteriores, como o suspense comedido e a fragilidade humana.

A película aborda a história de Abe Lucas (Joaquin Phoenix), um aclamado professor de filosofia, que está em plena crise existencial. Quando Abe decide lecionar em uma faculdade da pequena cidade de Braylin, ele acaba conhecendo Jill (Emma Stone), uma jovem estudante, totalmente fascinada pelo seu trabalho e sua fama de escritor. Com o passar do tempo, e devido à insistência da moça, Abe acaba se tornando muito próximo de Jill, assim como da insinuante professora Rita (Parker Posey), que mesmo sendo casada, vive arrastando asas para o colega de trabalho. No entanto, a vida vazia do escritor só começa a ter sentido, após o mesmo ouvir acidentalmente uma conversa de uma mãe, desesperada pela ideia de perder a guarda de seu filho devido a uma influência desapropriada do juiz Spangler (Tom Kemp). É nesse momento que Abe decide armar um plano para assassinar a autoridade pública, com o propósito de livrar a mãe de uma grande decepção.

Irrational Man, título original, é de fato um conjunto de elementos já vistos em outros filmes de Allen. Assim como em Ponto Final – Match Point (2005), onde alguém é possuído pela ideia de se tornar um assassino em potencial, em Homem Irracional a coisa não é muito diferente, pois o protagonista claramente acaba sucumbindo ao desejo de se tornar um “benfeitor”, a partir de um ato totalmente inescrupuloso. O diretor brinca com essa transição entre a loucura e a sanidade humana, onde um homem aparentemente inofensivo, de repente, se mostra um serial-killer em potencial. É aquele velho ditado do ‘lobo em pele de cordeiro’. E também não podemos negar a inserção de um juízo de valor, pois Allen nos faz refletir sobre toda aquela situação ficcional ali apresentada. Afinal, seria um assassinato em causa de um bem maior? Os fins justificam os meios? É para refletir.

Outro tema presente nesta película é imprevisibilidade do amor, no que diz respeito a ideia de que você nunca sabe o que pode acontecer. Na trama, a relação de Abe e Jill começa tomando um rumo e no final a coisa termina de uma maneira totalmente diferente. É um pouco do que já vimos em Tudo Pode Dar Certo (2009), no que diz respeito ao rumo dos personagens principais, que começam de uma maneira e, de repente, já estão de outra. No entanto, em Homem Irracional tudo isso é construído a partir de uma narrativa muito bem elaborada, sendo privilegiada pelo suspense da trama.

A fotografia da obra é trabalhada a partir de ambientes mais claros, que possuem uma certa luminosidade, contrapondo toda aquela sensação obscura do personagem de Phoenix. Por falar nele, o ator está muito bem no papel, atribuindo a Abe, uma personalidade totalmente ambígua e curiosa, de uma maneira bastante sutil. Phoenix chegou ao ponto certo sem parecer caricato ou cansativo demais. Já Emma Stone, que já pode ser considerada a nova queridinha de Woody Allen, depois de Diane Keaton, Scarlett Johansson, Cate Blanchett e companhia, conseguiu estar bem no papel da mocinha inebriada, mas sem muito brilhantismo. Talvez ela ainda esteja se adequando ao mundo do cineasta, que depois de seu bom desempenho em Magia ao Luar (2014), seguiu fazendo alguns laboratórios para melhorar sua atuação.

Homem Irracional é um filme com todas as características de Woody Allen. Se você está procurando por boas atuações, uma história com um desenvolvimento interessante, ele é certamente uma excelente opção.

Trailer:

*Crítica também postada no site Blah Cultural

News: Anthony Hopkins e Colin Farrell estrelam nova produção do cineasta brasileiro Afonso Poyart

6 ago

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O diretor brasileiro Afonso Poyart (2 Coelhos) enfim terá sua grande estreia em Hollywood. Poyart está no comando do suspense sobrenatural Solace, que possui um elenco repleto de estrelas como Anthony Hopkins e Colin Farrell.

Na trama, Hopkins interpreta o ex-médico Dr. John Clancy, um homem estudioso com habilidades sensitivas. Clancy terá de ajudar dois agentes do FBI (Jeffrey Dean Morgan e Abbie Cornish) a capturar um terrível serial-killer (Farrell), que aparentemente também possui habilidades psíquicas.

Em entrevista à Veja SP, o cineasta brasileiro disse o seguinte: “O filme tem uma influência de Seven – Os Sete Crimes Capitais e Silêncio dos Inocentes, mas tentei fugir do gênero. Não acho que Solace é um filme de serial killer, isso é só sua camada exterior. No fundo o filme é muito mais que isso, fala sobre vida e morte, e levanta alguns interessantes dilemas morais”.

Solace estreia dia 9 de setembro na França. Todavia, o longa ainda não possui datas definidas para os Estados Unidos e nem para o Brasil.

Confira o trailer!

News: Frank Grillo deverá voltar em Uma Noite de Crime 3

5 ago

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O ator americano Frank Grillo está em processo de negociações finais para voltar à franquia de Uma Noite de Crime, da qual participou do segundo longa.

Em Uma Noite de Crime: Anarquia (2014), Grillo interpretou Sargento, um homem amargurado pela vida em busca de vingança. A franquia possui uma das tramas mais interessantes dos últimos tempos, abordando um ambiente de caos, totalmente articulado pelo governo.

A sinopse gira em torno de uma tentativa do Governo dos Estados Unidos de acabar com o alto índice de violência no país. Para isso, eles promovem um período de matança totalmente legal, por 12 horas consecutivas. E durante esse tempo, é literalmente o “salve-se quem puder”.

Segundo o produtor Brad Fuller, em entrevista na Comic-Con 2014, Uma Noite de Crime 3 deverá mostrar as consequências de todo esse esquema, a nível mundial.

A terceira película terá também a produção de James DeMonaco (diretor e roteirista dos dos primeiros). Já Grillo, além de aparecer nesta sequência, poderá ser visto como o vilão Ossos Cruzados em Capitão América: Guerra Civil.

Uma Noite de Crime 3 estreia dia 1º de julho de 2016 nos Estados Unidos. Não temos previsão para o Brasil até o momento.

Trailer: Uma Noite de Crime (2013) [confira a nossa crítica]

Trailer: Uma Noite de Crime: Anarquia (2014) [confira a nossa crítica]

 

Crítica: Crimes Ocultos (2015)

22 maio

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Baseado no primeiro livro da trilogia de Tom Rob Smith, Crimes Ocultos (Child 44), longa produzido pelo mestre Ridley Scott (Blade Runner / Alien), é de fato uma adaptação bem ousada e que chama a atenção, principalmente do governo russo, que recentemente causou polêmica ao declarar que o filme retrata os soviéticos unicamente como uma “massa sangrenta” e decretando a proibição do mesmo por lá. Entretanto, apesar de interessante, a película pode ter ficado bem aquém do esperado. Vamos analisar!

Crimes Ocultos já logo de cara chama a atenção devido a seu elenco de primeira, que conta com nomes como Tom Hardy (Mad Max: Estrada da Fúria), Gary Oldman (Os Infratores) e Noomi Rapace (Prometheus). Hardy e Oldman inclusive já trabalharam juntos recentemente em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012), no qual ambos interpretaram os personagens Bane e James Gordon, respectivamente.

A obra nos faz voltar ao passado, mais precisamente no início dos anos 50. Nesta época, o regime autoritário da União Soviética comandado por Stalin, estava a todo vapor. E é dentro deste clima de tensão que a trama do diretor Daniel Esponisa (Protegendo o Inimigo) acontece.

Leo Demidov (Tom Hardy) é um órfão que foi acolhido por um militar numa época em que milhões de crianças haviam perdido seus pais devido a uma sangrenta guerra civil na Ucrânia. Anos mais tarde, Leo se consagra como líder do departamento investigativo da KGB (Comitê de Segurança do Estado), após aparecer como o grande salvador da URSS na luta contra o regime Nazista, no fim da Segunda Guerra Mundial. Tudo parece ir muito bem para ele, que possui um cargo digno de inveja de seus companheiros, status, uma família que o ama e Raisa (Noomi Rapace), sua bela esposa.

As coisas então começam a mudar quando o filho de seu amigo é encontrado morto bem próximo a uma linha de trem. A morte, que notoriamente parece resultado de um assassinato, é tratada apenas como um “simples acidente” pelo governo local, já que até então a União Soviética era vista como “paraíso”, e como diziam: “não há crimes no paraíso”. A partir daí, Leo se vê intrigado com a situação e resolve investigar o caso, juntamente com sua mulher. O único problema é que seus superiores não parecem gostar muito da ideia de trazer a verdade à tona e, por causa disso, Leo e sua família passam a correr risco de vida.

Com toda a certeza a obra de Tom Rob Smith é uma história com bastante recheio, com direito a dramas pessoais e familiares, momentos históricos, governos de índole duvidosa, entre outros. No entanto, senti que a mão de Espinosa tremeu quase que literalmente no andamento da coisa.

Primeiramente notei que muitas cenas tinham uma câmera bastante tremida, com a intenção de dar um pouco mais de realidade para o momento. Entretanto, as vezes a técnica parecia exagerada demais e me sentia como se estivesse em uma montanha russa ambulante. A fotografia do longa como esperado, era bastante escura, com muitas nuances frias, típicas de filme de guerra. Já o roteiro de Richard Price se tornou muito, mas muito confuso. A verdade é que Espinosa tinha um diamante bruto nas mãos, mas que não soube lapidar da forma correta. Talvez se Ridley Scott estivesse no comando o resultado fosse um pouco melhor.

Eram muitos detalhes a serem abordados: ambições políticas, a ameaça de um serial killer, personagens intensos e tudo isso ambientado em uma atmosfera pós-guerra. É de fato muita coisa para um filme só, tanto que nenhuma delas foi tratada de forma mais profunda, o que fez com que o filme se tornasse superficial demais, além de confuso, principalmente da metade para o final. A sensação é de que ficaram lacunas a serem preenchidas, e isso para um filme desse porte não é nada bom. Não é à toa que a crítica europeia não pareceu muito satisfeita com a película, alegando a falta de conteúdo adaptado do livro, como uma abordagem mais política, homossexualidade e principalmente o lado mais psicológico de seus personagens.

No entanto, posso facilmente destacar o belo desempenho do elenco. Tom Hardy, assim como Noomi Rapace estavam impecáveis. Eu fico impressionado com a versatilidade de Hardy como ator. O cara simplesmente se entrega em qualquer papel que ouse fazer. E neste filme não foi diferente. O seu personagem conseguiu passar de anti-herói para o mais aclamado dos mocinhos de uma forma magnífica. Já a bela Rapace mostrou que possui mais conteúdo do que eu pensava, dando um show de atuação e carga dramática em muitas cenas.

O personagem de Gary Oldman teve pouco destaque, mas conseguiu passar o recado. Já Joel Kinnaman (Noites sem Fim), talvez tenha surgido como a grande surpresa do longa. Seu personagem, apensar de também ter sido pouco explorado, brilhou nos momentos cruciais deste suspense. No mais, eu ainda posso destacar a excelente trilha sonora, que elevou o status do filme com toda a certeza.

Resumindo a obra, Crimes Ocultos, filme que poderia ser um candidato nato ao Oscar 2016, sai da corrida devido a problemas nítidos em sua condução. No entanto, a trama vale a pena por abordar um tema bastante sensível, uma realidade que talvez poucos conheçam.

Trailer:

*Crítica também postada no site Blah Cultural

Crítica: O Garoto da Casa ao Lado (2015)

3 abr

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E veja quem está de volta com as críticas mais legais da internet? Quem? Eu, é claro! (convencido, né?)….rsrsrs

Desta vez vou falar de um filme que assisti na última quarta-feira (01), conhecido mundialmente como o dia da mentira. O longa é O Garoto da Casa ao Lado, um suspense estrelado pela linda da Jennifer Lopez e pelo mais lindo ainda do Ryan Guzman (só Deus sabe o q passei…rsrsrs).

Dirigida por Rob Cohen (Velozes e Furiosos), a película aparece como um suspense muito bem amarrado, daqueles perfeitinhos, de se colocar na caixinha e embrulhar pra presente. Nada está fora do lugar, a não ser pela fraca atuação de J.Lo em certos momentos do filme, porém nada que não fosse previsível.

O Garoto da Casa ao Lado conta a história de Claire Peterson (Jennifer Lopez), uma professora de meia idade que ainda está tentando se recuperar após descobrir uma traição de seu marido (John Corbett). Um belo dia, a porta de sua garagem aparenta ter um problema, porém antes que ela pudesse chamar qualquer ajuda, eis que surge o jovem sedutor Noah Sandborn (Ryan Guzman) que prontamente lhe oferece socorro. Os dois começam a se conhecer um pouco mais devido às investidas de Noah, que parece estar obcecado por sua vizinha. O problema é que essa obsessão pode custar muito caro para Claire e seus entes queridos.

Como eu disse anteriormente, dá pra notar logo por essa sinopse que o longa é bem clichê. E o desenrolar da trama também não foge muito do que temos visto por aí não como Obsessiva (2009), Sob o Domínio do Medo (1971/2011) etc. É um filme daqueles com começo, meio e fim, além de protagonistas lindos e gostosos e algumas cenas picantes. Por isso nem vou entrar no mérito de originalidade, pois quando me atrevi a entrar naquela sala de cinema, eu já sabia do que se travava. O que importa é que não me decepcionou.

Jennifer Lopez apenas poderia deixar um pouco de lado sua carreira como cantora e mentora do American Idol e se dedicar mais nas aulas de interpretação, pois sua carga dramática é digna de uma atriz de Malhação em certos momentos. Saudades Selena….

Já o todo bom do Ryan Guzman fez o seu papel direitinho, encarnou o vilão da novelinha da tarde de maneira sucinta, sem exageros ou lacunas. Gostei também da direção de Cohen, que conseguiu amarrar todo o enredo de forma clara e objetiva. Só achei que ele poderia ter ousado mais nas cenas de sexo (um pouco mais, vai!).

No mais eu acho que a obra cumpriu o seu papel, pelo menos ninguém saiu xingando o filme no final. Recomendo para quem deseja conferir um suspense sem pretensão.

Trailer:

 

News: Michael Green estará a frente do roteiro da nova adaptação de Assassinato no Expresso do Oriente

12 mar
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Michael Green

Oi gente, eu sei que estou em falta com vocês e que o blog tava meio paradinho, mas por favor façam a egípcia e finjam que nada aconteceu (aloka)….rsrsrs

Bom, a minha vida tá bem louca com a volta das aulas, mas passei aqui pra postar uma notícia mara! Finalmente o projeto Assassinato no Expresso Oriente ganhou vida!!!! eeeeehhhhhh….

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Albert Finney interpretou o detetive Hercule Poirot na adaptação de 1974

É isso mesmo, estou falando da magnífica obra literária de Agatha Christie (amo), a rainha das tramas policiais. Na verdade o projeto que tinha como objetivo reviver a história do detetive Hercule Poirot já existia, porém ficou estagnado. Mas agora a Fox contratou o roteirista Michael Green, um dos responsáveis pelo filme do Lanterna Verde (2011), e que está também cotado para escrever os roteiros de Prometheus 2 e Blade Runner 2, e com isso a coisa parece que vai pra frente.

Green deverá se juntar aos produtores Ridley Scott, Simon Kinberg e Mark Gordon para encontrar uma nova cara para o clássico de Christie. Ao que se sabe a trama continua a mesma: a investigação do assassinato de um passageiro que ocorreu no trem O Expresso Oriente em meio a uma tempestade de neve.

Para quem não conhece, já existe o filme de 1974 dirigido por Sidney Lumet. Fica a dica para os curiosos de plantão.

 

Crítica: Uma Noite de Crime: Anarquia (2014)

25 jan

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Desde quando assisti ao primeiro longa lançado no ano de 2013, eu realmente havia gostado bastante da proposta do filme. Eu nunca tinha assistido algo que abordasse uma violência tão visceral, mas ao mesmo tempo bastante humana e até interessante como nesta película. Uma Noite de Crime havia me ganhado.

Pois bem, graças ao bom desempenho do primeiro filme nas bilheterias, o segundo longa logo foi anunciado e, juntos, os dois já arrecadaram mais de US$ 200 milhões, sendo que custaram apenas US$ 12 milhões para serem produzidos. Um sucesso com toda a certeza e isso sem falar que já temos a confirmação de uma terceira parte da franquia que estreia ainda este ano.

Quando soube de Uma Noite de Crime: Anarquia eu pela primeira vez não fiquei preocupado se iriam estragar todo um enredo. Engraçado, não? Pois geralmente tenho um certo pavor quando depois de um bom filme, resolvem estender a coisa com o único intuito de ganhar dinheiro em cima de suas continuações. Daí ficam aquelas produções pobres que aparecem por aí. Mas neste caso eu acreditei acima de tudo, pois o diretor e roteirista do primeiro filme James DeMonaco, havia confirmado estar a frente do trabalho e isso me deu muita segurança. Felizmente não me enganei.

The Purge: Anarchy, título original, retoma todo aquele ambiente destrutivo do primeiro filme, no qual depois de alguns anos após o governo dos EUA ter instalado o dia da “redenção”, que tem como premissa liberar os cidadãos a exalarem seus extintos mais violentos, durante um período de 12 horas consecutivas, os seres humanos aparentam viver em harmonia completa ao longo dos outros trezentos e sessenta e quatro. Bom, tudo poderia parecer muito bem acertado se não fosse uma coisa feita por humanos e os imprevistos da vida. É o que acontece com o casal Shane e Liz, que ficam presos no meio da cidade depois de seu carro ter parado de funcionar a poucas horas de começar a matança; a garçonete Eva e sua filha adolescente que são sequestradas em sua própria residência; ou o Sargento (Frank Grillo) que resolve acertar contas com uma certa pessoa bem no fatídico dia.

A ideia desta obra é brilhante pra mim, pois ela consegue expor tudo o que de mais pavoroso e insano o ser humano é capaz de fazer para alcançar seus objetivos. É triste, mas é a pura verdade! E o longa apenas mostra isso através de uma lente em alta definição. O preconceito, o descaso do governo, uma ambição desenfreada, além de sentimentos como rejeição, culpa, raiva e indiferença fazem parte do universo de Uma Noite de Crime: Anarquia.

Nesta segunda parte James DeMonaco reforçou alguns aspectos abordados no primeiro filme e inseriu outros de uma forma bem concisa, de modo que nada pareceu destoante. Tivemos muito mais cenas de ação, visto que o orçamento do segundo foi maior que o do primeiro, além de belas atuações.

Frank Grillo que interpreta o misterioso Sargento, além da atriz Carmen Ejogo que faz a garçonete indefesa, estão muito bem em seus respectivos papéis.

Uma outra coisa que me despertou bastante atenção nesse filme foi a ideia de “o que seria violência pra você?”. Na verdade é uma pergunta bastante capciosa, visto que cada pessoa, ressalvo o que já temos na constituição de direitos humanos, tem do que seria o significado dessa palavra em suas mentes. Fiquei com esse questionamento depois de uma cena do longa no qual alguns personagens são jogados dentro de um campo de matança, que lembrou de cara aquelas brincadeiras “inofensivas” de paintball, que para mim apenas reforça o extinto violento que existe dentro de cada um de nós. Eu acho aquilo horrível, mas também não posso julgar, pois sou fã de filmes de terror e para muitas pessoas isso também pode ser tratado como algo influenciador (polêmica!).

No mais eu acredito que a película em nada decepcionou, ao contrário, acho que só agregou e até a considero melhor que a primeira. Estou bastante animado com o terceiro filme, principalmente porque DeMonaco estará novamente no comando (eba!).

Trailer: