Sabe, quando vejo alguma coisa assim, baseado em uma história real, sem qualquer resquício de ficção, me sinto um ser humano incapaz, alguém impotente diante de tanto ódio e impunidade que impregnam todo esse nosso mundo.
Valentine Road é um documentário dirigido por Marta Cunningham, que coletou vários dados, momentos, depoimentos do caso de Larry King, um jovem garoto que ainda tentava entender a vida. Larry, era um menino meigo com uma clara orientação homossexual desde muito cedo. Depois de passar por algumas decepções em um lar adotivo, ele é recebido em uma instituição que abriga menores sem moradia. Larry frequentava a escola e como já era dele, sempre chamava a atenção por ter um comportamento diferente dos demais meninos de sua idade. Sua exuberância porém, acabou despertando a ira de outros jovens como Brandon McInerney, um colega de classe que em uma atitude insana, atinge Larry com vários tiros em sua cabeça.
Bom, infelizmente histórias assim, de preconceito e intolerância acontecem a todo tempo. Vemos o exemplo da Rússia, um país que a cada dia regride quando se trata de direitos humanos. E não precisamos ir muito longe para enxergarmos isso não, afinal, aqui no Brasil temos um exemplo clássico de preconceito e impunidade, basta olharmos para algumas claras e tórpidas lideranças, vulgo Marcos Feliciano e afins.
Voltando ao documentário, Cunningham consegue expor todo o sentimento por trás da morte do pequeno Larry. É tudo muito mais complicado do que imaginamos quando envolvemos leis, religiões, instituições, governo etc. A obra passeia pela discussão entre a penalidade para menores de 18 anos. Não sei se muita gente sabe, mas nos EUA existe uma condenação para delitos cometidos por menores e, o que o documentário também aborda, é justamente isso. Cunningham apresenta os dois lados da moeda, com depoimentos de gente a favor e contra. Digo que alguns depoimentos me deixaram um pouco enojado, principalmente por saber que existe muita gente com aquele tipo de pensamento, mas ele serve para refletirmos de que precisamos lutar muito ainda se quisermos uma igualdade entre homens.
Saí emocionado do cinema, assisti ele no Festival do Rio 2013 e pude assimilar um pouco do que acontece em casos como esse, principalmente em uma situação dessas.
Se puderem, vejam e reflitam!
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